Sucesso e Inspiração! Conheça a história de Isabella Savaget
Que os animais são ótimos companheiros, ninguém nega. Mas você já parou para pensar que esses bichinhos podem se tornar grandes aliados para reforçar a saúde de seu dono? A convivência com os pets pode ajudar na recuperação de pacientes com diferentes patologias.
Foi o caso da Isabella Savaget, que teve paralisia cerebral ao nascer e anorexia nervosa no auge da sua adolescência. Ela encontrou em uma cachorrinha o amor e a salvação que precisava para seguir em frente.
Hoje, a Isabella, com 19 anos, se tornou influenciadora digital e produz conteúdos com a Bellinha. Com quase 150 mil seguidores, ela mostra seu dia a dia e busca inspirar e motivar pessoas, além de trazer conhecimento sobre o universo da pessoa com deficiência.
Nós, da Freedom, conversamos com a influencer para conhecer melhor sobre essa história e o poder dos animais de estimação. Por isso, continue a leitura e se encante também!
Um pouco da História de Isabella
Isabella Savaget tem 19 anos, mora em Ipanema, no Rio de Janeiro, estuda Direito e já trabalha na área. Mas quem vê ela hoje, assim, cheia de compromissos e sonhos, não imagina o tanto de desafios que ela já precisou enfrentar.
A Bella, como gosta de ser chamada, teve paralisia cerebral ao nascer. No momento do parto, complicações ocasionaram falta de oxigenação no cérebro, o que comprometeu seu desenvolvimento físico. Assim, Isabella teve sua parte motora comprometida, afetando o equilíbrio.
“Minha mãe sempre diz que é como se a gente tivesse indo para Amsterdã e no meio do voo o piloto diz que precisamos retornar para Paris. Não é uma situação ruim, mas você se programou nove meses para Amsterdã. No momento do voo você descobre essa mudança, então é todo um novo aprendizado para poder ficar em Paris. Da mesma forma, minha mãe se programou nove meses para ter um bebê, e eu vim, com todas as minhas necessidades, que ela precisou aprender a lidar”, explicou.
A capacidade intelectual de Isabella se manteve totalmente preservada. Dessa forma, os tratamentos para melhorar sua qualidade de vida começaram desde muito nova. Com sete anos, ela já fazia fisioterapia, natação, fonoaudióloga e outros métodos alternativos. “Começar o acompanhamento desde cedo foi muito importante para minha independência”, conta.
Dessa forma, com a agenda cheia de atividades desde criança, Isabella foi crescendo e se desenvolvendo. Aliando diversão à recuperação, com fisioterapia ao som do funk – gênero musical que ela mais gosta – foi a maneira de unir uma coisa a outra para deixar as seções mais amigáveis e prazerosas.
“Sempre me perguntam qual foi o momento em que percebi que tinha uma deficiência. Foi no colégio, depois das aulas as minhas amigas faziam balé e meus amigos futebol, mas eu precisava ir para a fisioterapia. Aquilo nunca foi ruim para mim, nunca foi uma obrigação, eu sabia que estava ali para melhorar e conquistar minha independência. E também para que eu pudesse conquistar o mundo, como estou aqui hoje” ressaltou Bella.
Os problemas da adolescência
Isabella sempre teve uma agenda cheia, entre suas atividades de tratamento, dedicava-se à escola. Segundo ela, sempre foi uma das melhores alunas da turma. Assim, adorava o ambiente escolar e por muito tempo não precisou de ninguém para lhe ajudar.
Até que do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental, a escola passou a exigir algum profissional que proporcionasse o auxílio nas atividades escolares e promovesse a inclusão de alunos com deficiência. Já no primeiro ano do Ensino Médio, essa profissional foi dispensada e coube à coordenação escolar adaptar aquilo que os alunos necessitavam – o que não deu certo.
Foi nesse momento também, que a fase da adolescência de Isabella começou a ficar conturbada. No primeiro ano do Ensino Médio novas profissionais foram contratadas para o auxílio escolar, mas as experiências não estavam sendo agradáveis. A fase que deveria ser de descobertas e alegrias, começou a gerar frustações.
Anorexia Nervosa
Da mesma forma, aos 14 anos, Isabella começou a sentir uma insatisfação em relação ao corpo e ao peso. Decidiu mudar os hábitos e a alimentação. Mas, com o tempo, tudo virou uma obsessão, quanto mais insatisfeita com o próprio corpo, menos comia. Foi assim que ficou doente.
“Meu objetivo diário era emagrecer, me ver magra no espelho. Mas quanto mais o tempo passava, mais me enxergava gorda. Não me sentia satisfeita com o corpo, parei de comer, cheguei a pesar 31 quilos. Até que minha família percebeu e procurou uma equipe médica para me ajudar”, contou.
Foi assim que Isabella foi diagnosticada com anorexia nervosa, um distúrbio alimentar que faz com que a pessoa tenha uma visão distorcida do próprio corpo, gerando uma obsessão pelo peso e por aquilo que come. Dessa forma, por muito tempo Isabella foi obcecada pelas calorias dos alimentos; encontrou um grupo de meninas anoréxicas; não tinha mais energia para a fisioterapia, perdendo grande parte de tudo aquilo que tinha evoluído na área motora.
A rotina que já exigia muitos horários dedicados à fisioterapia e outros tratamentos, começou a abrir espaço para nutricionista, psicólogo e psiquiatra. “Levou muito tempo para que tudo começasse a funcionar, até que meu corpo não estava aguentando mais. Foi sugerido uma internação, o que foi um momento divisor de águas: percebi que não queria aquela vida para mim”.
A virada
A situação de Isabella começou a ficar cada vez pior, até que a alternativa de ser internada foi sugerida. O momento foi decisório para que ela quisesse mudar de vida. Foi então que um sonho de criança veio à tona e contribuiu para que ela conseguisse mudar os hábitos.
“Meu sonho de criança era ter um cachorro. Eu pedia para meus pais um cachorro desde que me conheço por gente. Tive vários bichinhos, menos o cachorrinho que eu tanto queria. Então eu disse que me comprometeria a ficar bem, comer bem, deixar a doença de lado, me cuidar, ter a minha vida de volta, mas que precisava de uma motivação: um cachorro”.
O trato foi feito: caso Isabella melhorasse, seu desejo seria realizado. Mas mesmo com a motivação dos sonhos, Isabella demorou muito tempo para conseguir se sentir bem e melhorar sua condição. Além disso, ao tentar se livrar da anorexia, entrou em depressão.
“Foi o momento mais crítico da minha vida, por mais que eu estivesse me alimentando bem, melhorando, não tinha vontade de viver. Foi então que, vendo aquela situação, minha mãe sugeriu que eu levantasse da cama para irmos, finalmente, procurar um cachorro”.
O poder dos pets
O sonho por ter um cachorro foi o combustível que Isabella precisava para levantar da cama e mudar de vez toda aquela fase em que estava passando. Ela já sabia a raça que queria – um shitzu – e que se chamaria Bellinha.
“Na terceira visita que fizemos a canis, me deparei com um serzinho do tamanho da minha vida. Quando nos olhamos pela primeira vez, eu já sabia que a Bellinha tinha me escolhido, para me cuidar. O amor dela salvou a minha vida, transformou a minha vida”, ressaltou.
O poder quase que terapêutico dos animais de estimação já chamou a atenção de muitos cientistas, que já fizeram muitas pesquisas ressaltando o conforto emocional que os pets trazem aos seus donos, principalmente para aqueles que passam por algum tratamento de saúde.
Da mesma forma, a terapia mediada por animais já é uma realidade espalhada pelo Brasil e muitas iniciativas ocorrem em hospitais. Mas vale ressaltar que essa exposição é mediada por profissionais capacitados e que sabem o que fazer para que o contato com os humanos não sobrecarregue os animaizinhos, e que possam dar conforto e felicidade aos internados.
“O amor dela me mostrou como é bom viver, eu tinha que estar bem para poder cuidar daquele ser que dependia de mim; eu comecei a comer e me animar porque eu tinha que cuidar dela. Ela me fortaleceu, me sustentou muitas vezes. Descobri na prática que o amor salva, transforma vidas. Ela me deu uma nova vida e eu amei essa vida, ela me deu as cores da vida quando a minha estava preto e branco”, explica Bella.
O papel da influencer digital PCD
Percebendo a mudança que a Bellinha fez em sua vida, Isabella teve a ideia de criar um Instagram. Primeiramente, o conteúdo era focado somente em sua cachorrinha. Até que um belo dia, resolveu contar sua história na internet. O vídeo bombou e, quando percebeu, tinha virado uma influencer digital. Hoje, o perfil conta com quase 150 mil seguidores e o objetivo de Isabella com sua produção de conteúdo tem um propósito muito maior.
“Meu propósito é mostrar como o amor salva e transforma. A Bellinha foi minha motivação, mas todos temos uma, basta buscarmos. Além disso, busco motivar as pessoas através da minha história, mas não em função da minha deficiência. Não quero ser exemplo de superação; mas por quem eu sou, pela mulher que me tornei, por tudo que faço hoje. Por fim, meu objetivo é explicar e gerar conhecimento sobre deficiências e do universo PCD. Conscientizar o mundo que nós somos pessoas com deficiência capazes de viver da forma que bem quisermos”.
Influenciadores digitais como Isabella são exemplos de que além da representatividade, podem contribuir de forma significativa para ampliação de debates sobre acessibilidade e direitos da pessoa com deficiência. “Nós temos ganhado muita representatividade nas redes sociais, em propagandas para grandes marcas, mas ainda não se compara com pessoas sem deficiência. O objetivo não é manter essa comparação, mas chegar ao ponto de você ser contratado pelo que você é, e não em função da deficiência. Eu tenho muito orgulho de fazer parte desse movimento”.
Saiba mais sobre Representatividade na Internet com Influenciadores Digitais com Deficiência.
O objetivos de Influencers com Deficiência
Por fim, o objetivo da influencer – e de muitas pessoas como ela – é lutar por um mundo mais justo, inclusivo, onde pessoas com deficiência possam ter empoderamento e espaço na sociedade. “Não adianta ter um mundo acessível se não é bem utilizado pela falta de consciência do que é ter uma deficiência. Eu quero lutar para que outras pessoas não passem por situações injustas que eu já passei, lutar por um mundo melhor para que pessoas com deficiência possam ter espaço nele também”.
E é assim que Isabella, junto da sua fiel companheira Bellinha, leva representatividade à internet e abre um leque de possibilidades para que outras pessoas, seja com deficiência ou não, possam se inspirar e entender sobre inclusão e acessibilidade.
Quando ao futuro, Bella só quer seguir sua vida como qualquer outra pessoa.
“Profissionalmente falando, quero me formar em direito, atuar na área e defender os direitos PCDs. Ser uma grande influenciadora, conquistar mais e mais pessoas, para que todos tenham acesso a tudo que tento passar com meu conteúdo. No pessoal, é ser independente, ter uma casa, morar sozinha, ter 10 cachorros. Quero curtir a vida, ser quem eu sou e a cada dia ser uma pessoa melhor”, finalizou.
Siga Isabella no Instagram pelo @bellasavaget. Contatos para publicidade no E-mail [email protected] ou (21) 98695-7013.
Gostou da história da Isabella? Então conta para a gente nos comentários o que acha do poder dos pets! Aproveita e compartilha essa história nas redes sociais para que outras pessoas possam se inspirar também.