Desenho Universal: O que é e como pode ajudar na acessibilidade
Cada vez mais os ambientes vêm sendo adaptados para se tornarem acessíveis para todas as pessoas. Nesse cenário, o desenho universal surge como uma alternativa de transformação e acessibilidade, criando espaços mais inclusivos e diversos.
Este conceito tem como principal objetivo estabelecer produtos e ambientes que sejam acessíveis para todos, independentemente de suas habilidades ou características individuais. Sua aplicação é relacionada à infraestrutura urbana, prédios públicos e até mesmo produtos utilizados diariamente.
Diferentemente do que algumas pessoas pensam, essa transformação não atinge apenas pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, mas sim todo a nossa sociedade. Nesse sentido, é importante entender o conceito de desenho universal e todas as suas características.
Como surgiu o desenho universal
Este conceito surgiu entre os profissionais de arquitetura da Universidade da Carolina do Norte (EUA). O objetivo é elaborar produtos e ambientes que pudessem ser desfrutados e utilizados por todos. Dessa forma, não seria necessário adaptar as estruturas ou, até mesmo, realizar um projeto direcionado especificamente para pessoas com deficiência.
Assim, a intenção é que os ambientes, produtos e serviços sejam facilmente manipulados e usados independentemente das habilidades de cada um. Por não ser direcionado especialmente para as pessoas com deficiência, o desenho universal tem como proposta a utilização segura e com autonomia nos mais diferentes espaços.
Isso porque, com o passar dos anos, as pessoas vão crescendo e se desenvolvendo. Consequentemente, as características e atividades realizadas também vão sendo afetadas. Afinal passam por transformações que podem dificultar o uso de alguns produtos ou até mesmo o acesso a alguns espaços.
Nesse sentido, o desenho universal parte do princípio de acesso universal, democratizando o espaço e equiparando as pessoas no que diz respeito a cidadania. Por ser pensado com essa proposta, fatores como estrutura corporal, idade ou mobilidade não afetam o uso dos produtos que seguem seus princípios.
Acessibilidade para todos
Como já foi destacado anteriormente, o desenho universal não é uma tecnologia que atende exclusivamente pessoas com deficiência. Na verdade, sua intenção é justamente evitar a necessidade de criação desses espaços e ambientes especiais, colocando todos em posição de igualdade.
Pessoas que precisam de acesso físico ou digital por conta de algum fator temporário ou definitivo têm no desenho universal uma alternativa funcional e eficaz.
E esse grupo vai muito além do que se pensa, abrangendo, além de pessoas com deficiência, grupos como idosos, grávidas, mães que utilizam carrinho de bebê, pessoas obesas, crianças ou pessoas com dificuldade na mobilidade.
Por sua vez, esses produtos têm grande abrangência, principalmente em relação às preferências e habilidades individuais e sensoriais de quem os utiliza diariamente.
Princípios do desenho universal
Para que de fato o conceito funcione com o intuito de democratizar os espaços, ambientes e produtos e equipare as pessoas em seus direitos, foram estabelecidos sete princípios do desenho universal.
Mundialmente adotados por programas de acessibilidade, eles têm diversas funcionalidades. Confira abaixo quais são eles:
- Uso equiparável: relacionado a igualdade, define que os espaços, produtos e objetos precisam ser usados de forma igualitária por pessoas que apresentam diferentes capacidades e graus de habilidades. Assim, a utilização e adaptação se tornam etapas acessíveis e equivalente para todos.
- Uso flexível: o design dos produtos, serviços ou espaços deve atender pessoas que apresentem diversas habilidades e preferências, tornando-se adaptável para qualquer uso.
- Uso simples e intuito: o design é de fácil entendimento para que todos possam compreender, independentemente das experiências, conhecimentos, habilidades de linguagem ou nível de concentração apresentado por cada pessoa.
- Informação de fácil percepção: o design comunica a informação de forma efetiva e fácil, independentemente das condições que o ambiente apresenta ou das habilidades que o usuário possui. Isso acontece, por exemplo, quando a informação é pensada para atender todas as necessidades do receptor, mesmo que ele seja uma pessoa com deficiência auditiva ou visual.
- Tolerante ao erro: outro princípio importante é a tentativa de minimizar possíveis riscos ou consequências causadas por ações acidentais ou não intencionais. Assim, é preciso que o projeto busque sempre diminuir os riscos, perigos e consequências desfavoráveis causadas por ações acidentais.
- Baixo esforço físico: o design deve ser usado de forma eficiente, proporcionando conforto e o mínimo de fadiga ao usuário.
- Dimensão e espaço para aproximação e uso: por fim, o design deve estabelecer dimensões e espaços que sejam apropriados para o acesso, alcance, uso e manipulação de todos, sendo independente de tamanho, postura ou mobilidade do usuário.
Funcionalidades
Em ambiente físicos, o desenho universal deve atender as necessidades de todas as pessoas que podem e desejam usar o espaço. As características precisam partir do princípio de que o uso dos produtos, serviços e ambientes deve ser feito de maneira natural e com autonomia pelos usuários sem que seja necessário empregar adaptações.
Com a utilização do desenho universal na estrutura de um produto, serviço ou ambiente, é possível incluir um número muito maior de pessoas, acolhendo a diversidade e tornando o espaço mais inclusivo. Esse recurso aumenta a usabilidade dos produtos, sem necessitar de um custo muito alto.
Essa solução atende diferentes necessidades e fases, evitando também que essas alterações sejam necessárias no futuro. Para isso, é importante respeitar as diferenças existentes entre os perfis, elaborando um produto que apresente usabilidade e beneficie pessoas com diferentes habilidades.
Benefícios do desenho universal
São diversos os benefícios proporcionados pelo desenho universal, trazendo qualidade para a vida das pessoas.
Entre eles, é possível destacar a independência dos usuários, pois pessoas com diferentes habilidades podem realizar suas próprias atividades, além da diversidade nos espaços, uma vez que cada um apresenta características diferentes em relação ao outro, criando ambientes abrangentes e acessíveis.
A inclusão não se trata apenas de criar espaços acessíveis para pessoas com deficiência, mas sim de inserir as pessoas em ambientes do dia a dia, criando ferramentas que possibilitem o exercício de sua individualidade e autonomia.