O que é Integração Sensorial? 7 atividades que você precisa conhecer
A Terapia de Integração Sensorial é um método utilizado por Terapeutas Ocupacionais, principalmente, para criar estímulos apropriados em crianças com autismo. No entanto, o método pode ser aplicado a outros tipos de pacientes — como portadores de Síndrome de Down, déficit de atenção ou outras disfunções neurológicas.
As técnicas de Terapia de Integração Sensorial são simples e, em alguns casos, podem ser reproduzidas em casa. Tais alternativas procuram trazer mais conforto a quem tem dificuldade em processar informações sensoriais. Auxiliando aqueles que tem excesso, ou falta de sensibilidade em algum dos sentidos.
Se você quer saber mais sobre o assunto e conhecer algumas formas de realizar essa terapia, continue a leitura!
O que é a integração sensorial?
A integração sensorial está relacionada com a organização no nosso cérebro para transformar as informações recebidas pelos sentidos em noções úteis para serem usadas no cotidiano. Ou seja, integração sensorial é entender o ambiente, o corpo e todos os estímulos exteriores, tendo uma reação ou aprendizado de acordo.
A Dra. Jean Ayres foi uma das principais estudiosas sobre a teoria da integração sensorial, segundo ela: “[…] a organização das sensações do corpo e do meio ambiente em um processo frequente de reconhecimento, interpretação e ação, resultam na Integração Sensorial”.
Aprimorar a integração sensorial é uma forma de auxiliar a pessoa a desenvolver a sua atenção, percepção e aprendizado, além de outros diversos benefícios. Para aperfeiçoar a integração sensorial, são utilizadas atividades especificas orientadas por terapeutas ocupacionais: A terapia de integração sensorial.
Como funciona a Terapia de Integração Sensorial?
O método terapêutico é baseado no sistema Ayres Sensory Integration (ASI), que visa identificar e tratar a disfunção sensorial do paciente. No caso das crianças com autismo, há algumas que são sensíveis aos estímulos táteis (toque) e se incomodam até com a própria roupa.
Também existem aquelas sensíveis aos estímulos sonoros, que acabam ficando ansiosas e incomodadas mesmo com os barulhos mínimos do ambiente. Para melhorar a qualidade de vida delas e de suas famílias, é fundamental contar com uma intervenção terapêutica.
A terapia ocupacional vai ajudar a reorganizar as sensações com o objetivo de reduzir seus efeitos negativos nas crianças. Consequentemente, isso ajudará no convívio social, no aprendizado e em outras capacidades do paciente.
É importante ter em mente que os padrões de sensibilidade sensorial variam de acordo com cada criança. Contudo, caso algum contato típico do dia a dia esteja sendo um grande desafio, melhor conversar com um terapeuta.
Quais atividades estimulam o desenvolvimento sensorial?
A integração sensorial é feita de acordo com o tipo de disfunção de cada criança. Mas há algumas atividades simples que podem ser conduzidas pelo terapeuta e, depois, reproduzidas em casa. Confira algumas delas a seguir.
1. Toque de texturas
Se a criança sente um incômodo fora do normal ao tocar em determinadas texturas, o terapeuta vai estimular esse contato aos poucos. Muitas vezes, são usadas brincadeiras para isso.
O profissional pode, por exemplo, pedir para a criança fechar os olhos e tocar uma massinha de modelar ou brinquedos de borracha, que são ligeiramente grudentos. Depois que ela estiver acostumada com a sensação, será possível avançar para outros objetos com texturas similares.
2. Brincadeiras com formas
As brincadeiras de encaixar formas são importantes para o desenvolvimento intelectual e psicomotor. Enquanto a maioria das crianças já consegue fazer encaixes facilmente a partir dos dois anos, aquelas que apresentam disfunção neurológica costumam apresentar um progresso mais lento.
Por isso, continuar fornecendo estímulos a elas é uma importante forma de auxiliar no progresso neurológico — além de trabalhar o tato e a visão em conjunto, o que pode ser difícil em alguns casos.
3. Toque do nariz
Fechar os olhos e tentar tocar a ponta do nariz (ou outras partes do próprio rosto) é uma brincadeira lúdica que tem um importante papel no desenvolvimento do sistema proprioceptivo.
Trata-se da capacidade de reconhecer o espaço que o próprio corpo ocupa no ambiente, o que também interfere na coordenação motora dos membros. Essa atividade simples também pode ser feita com adolescentes e até adultos.
4. Balanço e gira-gira
Brincadeiras comuns à maioria das crianças, como balanço, gira-gira, entre outras, servem para desenvolver e estimular o aparelho vestibular. Esse conjunto de órgãos tem como função regular a noção de gravidade do corpo.
Os movimentos realizados ajudam a controlar o equilíbrio corporal e são boas estratégias para gastar a energia de pacientes muito agitados ou nervosos.
5. Tapete sensorial
Entre crianças que têm pouca sensibilidade tátil, uma boa maneira de criar estímulos é o tapete sensorial. Geralmente, ele é formado por um retângulo com retângulos menores, repletos de diferentes texturas.
Aprender a diferenciar essas texturas ensinará o cérebro do paciente a compreender melhor a experiência do tato. É possível colocar objetos no fim do percurso do tapete, para que sejam segurados e sentidos.
6. Trenzinho humano
Utilizando um pedaço de malha, o terapeuta pode prender a criança e ele mesmo, deixando um espaço que permita movimentações (para que andem como em um trenzinho). A criança assume a frente, controlando a velocidade e a hora de parar ou fazer curvas, por exemplo.
Além de divertida, a atividade é capaz de estimular o planejamento motor, a noção de velocidade e ritmo e o espírito de cooperação. As crianças com dificuldades em frear o próprio corpo também vão lidar com isso na brincadeira.
7. Estímulo com pressão
Algumas pessoas autistas sentem-se mais confortáveis quando estão fisicamente pressionadas — com um cobertor pesado ou um colchão em cima do corpo, por exemplo. Elas são hipossensíveis e precisam de estímulos mais fortes para que consigam senti-los.
Não há nenhum problema em atender a tal necessidade, desde que você tenha certeza de que a criança não esteja se machucando. Nesses casos, massagens vigorosas também são bons estímulos táteis, além de ajudarem no relaxamento.
A maioria das brincadeiras é fácil de ser reproduzida em casa, pois não requer muitos materiais. Basta ter bastante paciência e atenção.
Como saber se o paciente precisa dessa terapia?
Geralmente, disfunções neurológicas são detectadas pelo psicólogo ou neurologista. No caso do autismo, a medicação pode ser necessária e a terapia ocupacional vai atuar como um tratamento complementar. Aos poucos, a dose do tratamento medicamentoso tende a ser reduzida.
A integração sensorial pode ser feita por qualquer criança que apresente um desenvolvimento motor ou tátil mais lento, para que tais problemas não a atrapalhem no futuro. A verdade é que uma terapia ocupacional é sempre benéfica, pois identifica aquilo que mais aflige o paciente e proporciona um tratamento personalizado.
Opa, perai, isso também pode ser legal…
Continue por aqui e conheça a Pet Terapia, a Terapia Assistida por Animais!
Artigo interessante sobre atividades relacionadas à Terapia de Integração Sensorial! Atividades caseiras não substituem a terapia desenvolvida por profissional habilitado, porém podem ser um bom complemento quando devidamente orientadas. Acredito que este link possa complementar outras informações sobre disfunções de integração sensorial: https://multisensorial.com.br/integracao-sensorial/
Terapeuta Ocupacional é o único profissional capacitado/habilitado para utilizar a Terapia de Integração Sensorial, bem como avaliar casos em que esta terapia se faz necessária
A integração sensorial não é um tipo de terapia ocupacional. Terapia ocupacional é uma profissão e os terapeutas ocupacionais são os profissionais que trabalham com a integração sensorial.🤗
Obrigada Aline!