Histórias de Sucesso

[História de Sucesso] Aretuza Almeida

Aretuza Diniz de Almeida é formada em Serviço Social, sempre sorridente e pronta para ajudar quem precisa, ela se prepara para mais uma mudança em sua vida: o casamento. Até aqui, sua história não se diferencia de muitas outras, isso porque quem a vê hoje não imagina todas as barreiras que ela enfrentou para chegar até aqui.

Ela foi diagnosticada com Amiotrofia Espinhal Progressiva quando ainda tinha apenas um ano de idade. Na época, a medicina ainda estava em busca de progresso, o que acabou dificultando a sua procura por um tratamento adequado, que controlasse o desenvolvimento da doença. Com 24 anos, ela teve a patologia definida, mas com o apoio incondicional da família, conseguiu seguir em frente.

História de Aretuza Almeida

Aretuza tem 37 anos e mora em São José dos Campos, São Paulo. Com um ano de idade foi diagnosticada com Amiotrofia Espinhal Progressiva (AME) Tipo 3. Em uma conversa pela internet, ela contou sua história de vida para Freedom e como superou todos os obstáculos com sorriso no rosto e muita determinação.

Desde que foi diagnosticada com a doença, a sua vida foi baseada no receio. Na época, os estudos sobre a Amiotrofia Espinhal ainda eram recentes, e os médicos não deram mais do que poucos anos de vida para ela. “Os médicos falavam que eu viveria até os 10 anos ou poderia falecer a qualquer momento, porém, isso não impediu que meus pais me apoiassem em ser uma pessoa participativa na sociedade”, conta Aretuza.

A AME é uma doença degenerativa – a mais comum ligada ao sistema nervoso. Ela pode ser diagnosticada em quatro tipos. A do tipo 3, é conhecida como a forma juvenil da doença e se manifesta entre os dois até os 17 anos de idade. A AME compromete o desenvolvimento dos membros, o que faz com que as tarefas comuns do dia a dia sejam mais difíceis, e a locomoção é uma delas. Contudo, sua progressão é lenta, o que pode levar ao uso tanto de muletas como de bengalas ao decorrer dos anos. Nos casos mais progressivos, é preciso utilizar cadeira de rodas para se locomover.

Apesar do diagnóstico pouco promissor, Aretuza nunca perdeu a alegria e a vontade de ter um futuro melhor. Sempre incentivada pelos pais, frequentou os estudos em escola regular. “Enfrentei muitos preconceitos, os profissionais não acreditavam na minha capacidade, mas meus pais nunca desistiram de mim”, relembra ela.

Aretuza sempre foi bastante comunicativa e de muitos amigos, o que a ajudou a superar as dificuldades do dia a dia e se inserir nos estudos e no mercado de trabalho. “Terminei o Ensino Médio no tempo certo e fui em busca de um emprego formal, em meados de 2002. Como eu tinha dificuldades em empurrar a cadeira de rodas, tive mais dificuldade ainda em me empregar” conta Aretuza.

Em 2003, Aretuza entrou para a Sorri, uma entidade voltada ao aprendizado e inserção das pessoas com deficiência na sociedade, assim como no mercado de trabalho. Foi com o auxílio de uma das 8 unidades  da Sorri – espalhadas por São Paulo, Pará e Bahia – que Aretuza teve seu primeiro emprego.

A partir daí, foi o começo de uma vida nova para Aretuza Almeida. O que ela talvez não imaginasse, é que muitas coisas boas ainda estavam por ser conquistadas. Uma delas, foi a cadeira de rodas motorizada, um empurrão e tanto para a liberdade.

Locomoção e liberdade

“Foi algo que transformou minha vida de maneira extraordinária”

Para alguém com sua expectativa de vida definida apenas até os 10 anos, Aretuza de Almeida pode ser considerada por muitos como uma pessoa de sorte. Contudo, poucos são os que conseguem compreender que o que ela teve, não foi sorte, mas na verdade, determinação, apoio e sábias escolhas para conquistar um futuro cheio de novidades e surpresas.

Seu primeiro contato com a Freedom Veículos Elétricos foi por volta de 2005. Na época, lhe foi concedida pela prefeitura uma cadeira de rodas motorizada. “Me recordo que nos primeiros dias eu só queria andar e ter a liberdade”, relembra.

A cadeira de rodas motorizada era do modelo SX, da Freedom. Para Aretuza, foi o passo largo para ganhar mais liberdade e facilidade de locomoção. “Foi algo que transformou minha vida de maneira extraordinária. Pude ter mais independência, eu morava sozinha e me vi mais livre”, conta.

Com a facilidade da cadeira de rodas motorizada, ela pode prosseguir seu desejo por uma especialização profissional. Três anos mais tarde, ela presenciou a chegada do transporte coletivo adaptado em sua cidade, o lhe deu ainda mais incentivo para continuar os estudos.

Em 2008, Aretuza deu início aos estudos na Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP). “A cadeira me proporcionou liberdade para desenvolver as atividades do meu dia a dia. Sou formada em Serviço Social e tenho certeza que se eu não tivesse tido minha cadeira, isso não seria possível”, afirma.

Passado, presente e futuro

O incentivo que recebeu durante sua trajetória a fez seguir transmitindo o gesto. Desde 2014, junto a um grupo de amigos, ela participa de um projeto que realiza festas comemorativas para as crianças do bairro onde mora. A festa funciona com doações que recebem de pessoas que, assim como ela, querem levar um pouco mais de otimismo para os outros.

Além disso, Aretuza nunca perdeu o sorriso do rosto. Sempre vaidosa e feliz, segue aproveitando cada momento que a vida lhe proporciona. Atualmente ela mora com o noivo, e já está com o coração acelerado devido os preparativos do casamento, que está com data marcada para abril de 2019.

Mesmo contando com o apoio e incentivo da família, ela teve que aprender a se adaptar a um mundo que, pelo contrário, não está à ela. Viu os avanços da inclusão e reconhece que sem eles, não seria possível alcançar todos os objetivos que hoje se orgulha em contar.

Deve ser por isso que a felicidade e a esperança se fazem presente em sua rotina, fazendo com que ela seja participativa em sociedade e acredite que a evolução e a inclusão sejam conquistas de um futuro próximo. “Espero que a acessibilidade continue evoluindo para os que ainda virão,que as pessoas não percam a Fé. Que continuem vencendo cada dia e que possamos continuar realizando nossos objetivos, tanto profissionais como pessoais, sendo livres de pensamentos preconceituosos e negativos”, deseja Aretuza.

4 thoughts on “[História de Sucesso] Aretuza Almeida

  • Maria Claudete da Silveira

    Parabéns a todos são verdadeiros vencedores e orgulho de ser o que são tesouro pouco divulgados bjs

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    • Olá, vi essa linda história da Aretuza, primeiramente parabéns por essa vitória, já a vi várias vezes em Sjcampos, precisamente na Zona Sul…E foi uma grande vitória dela nessa jornada, pois conheço vários cadeirantes e com diversos graus de dificuldade de locomoção, forneço baterias para eles e sempre me surpreendo com todos eles, tenho a aprender cada dia mais com eles, pois cada um é protagonista da sua própria história…
      Ainda falta muito empenho dos governos no quesito de ajuda a acessibilidade. Muitos cadeirantes permanecem com as cadeirantes necessitam sempre trocar a cadeira por outra maior ou por modelos que melhor se adaptam necessidade, e também tem o auto custo para a substituição da bateria, as atuais vem vem com de modelo de bateria VRLA e essa tem um custo muito alto, e eu em muitas vezes consigo fazer adaptação de um modelo de baixo custa e temos saído muito bem nessas adaptações…

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  • Paulo Francisco da Silva

    Parabéns!, força e fé Arituza Deus é por nós…

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  • Parabéns Aretuza, quem te conhece sabe o quanto é determinada e competente e quanto a freedom, posso dizer que é a melhor marca de cadeiras de rodas pois, é resistente e mais facil de transportar no carro e mais confortavel!

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