[Filmes do mês] “Veja o mundo com outros olhos”

Quem disse que filmes sobre PCDs são sempre dramáticos? Nas dicas deste mês, nós trazemos pra você alguns exemplos de outros gêneros, como suspense e comédia. Da diversão à adrenalina, nossas propostas de hoje são para você aproveitar todos os tipos de filmes protagonizados por personagens com deficiência.

Outra novidade são os filmes protagonizados por personagens com diferentes tipos de deficiência, mostrando casos além da mobilidade. Afinal, os filmes também podem ser fontes de informação sobre diferentes realidades. Confira!

Meu pai, meu herói (De Toutes nos Forces)

Um paraplégico competir em uma das modalidades esportivas mais difíceis do circuíto mundial é algo impossível? Não para Julien, personagem principal do filme “Meu pai, meu herói (De Toutes nos Forces)”.

O filme fala sobre a relação entre Paul Amblard e seu filho Julien, e tem inspiração na vida dos atletas Dick e Rick Hoyt. Na história, Paul é um pai ausente que tem dificuldade em aceitar o fato de que seu filho vive em uma cadeira de rodas, porém, com os esforços de Julien para se aproximar do pai, os dois acabam encarando juntos uma missão que parecia impossível: competirem no triathlon “ironman”, uma prova que envolve várias modalidades esportivas e que leva uma média de 16 horas para ser concluída.

Mais do que uma história sobre o companheirismo desenvolvido entre pai e filho, “Meu pai, meu herói” é uma história de superação que desafia as limitações e inspira o público. Estreado em 2014, o longa belga é estrelado por Jacques Gamblin, Fabien Héraud e tem direção de Nils Tavernier.

O Primeiro da Classe (Front of the Class)

“O Primeiro da Classe (Front of the Class)” é baseado na história de Brad Cohen, professor americano que convive com a Síndrome de Tourette. Pouco conhecida, a Síndrome de Tourette é um transtorno neuropsiquiátrico caracterizado por tiques físicos ou vocais, assunto que o filme trata com muita sensibilidade. Retratando a vida de Brad desde sua infância, a história mostra todas as complicações que o preconceito, e o desconhecimento das pessoas acerca da síndrome, geraram em sua vida. 

Os traumas de infância, principalmente a exclusão que sofreu por muitos anos na escola, o levaram a querer seguir a carreira de professor (cargo que ele só consegue com muita força de vontade e persistência). Depois de ser rejeitado em 24 escola, ele consegue uma oportunidade de dar aulas e provar que a síndrome não o incapacita de seguir seus sonhos.

O longa, dirigido por Peter Werner, trata de vários tipos de preconceitos, exaltando a superação das diferenças e uma sociedade mais inclusiva. James Wolk, Treat Williams e Dominic Scott Kay estrelam o filme.

Ferrugem e Osso (De Rouille et d’os)

“Ferrugem e Osso (De Rouille et d’os)” é um filme que traz uma realidade crua. Apesar de apresentar tragédias ao longo da trama, a história não apresenta o sentimentalismo habitual. Aqui os personagens são pessoas fortes, que enfrentam suas limitações com coragem e determinação.

A história é sobre Alain, um homem que tem uma vida muito dura, que não tem emprego fixo e cuida de seu filho apenas com a ajuda de sua irmã. Dentre as reviravoltas de sua vida, ele conhece Stephanie, uma treinadora de baleias, independente e de muita personalidade que, após um acidente no trabalho, fica sem boa parte de suas pernas. Os dois personagens, completamente diferentes, acabam se aproximando e juntos encontrando forças para melhorarem suas vidas. Com muita inteligência, o filme não foca na deficiência da personagem, e sim em sua luta para superar qualquer desafio.

Inspirado em obras do escritor Craig Davidson, o longa francês conta, ainda, com a atuação impecável de Marion Cotillard e Matthias Schoenaerts e direção de Jacques Audiard. Disponível no Netflix.

No Fim do Túnel (Al final del Túnel)

“No Fim do Túnel (Al final del Túnel)” é um thriller argentino que conta a história de Joaquín, um cadeirante que, por se sentir muito solitário, resolve alugar um quarto do segundo andar de sua casa.

A reviravolta da trama se dá quando ele aceita como inquilina a stripper Berta, e sua filha Betty. O que era para ser uma relação tranquila entre os moradores da casa, acaba se complicando quando Joaquím descobre que está sendo usado. A estadia da moça na casa é uma estratégia dela e de seu namorado, o criminoso Galereto, para criar um túnel por baixo da casa e roubar um banco vizinho.

No filme, a limitação de Joaquín não é tratada como algo invalidador. Pelo contrário, o personagem tem autonomia e trabalha. Além de apresentar uma coragem surpreendente frente às situações de perigo pelas quais passa.

Com direção e roteiro de Rodrigo Grande, o filme é estrelado por Leonardo Sbaraglia, Pablo Echarri e Clara Lago.

Colegas

O filme brasileiro “Colegas” é uma comédia um tanto quanto inusitada. Com os três personagens principais e grande parte do elenco composta por atores com Síndrome de Down, a história se torna uma narrativa alegre e cheia de inspiração.

Em “Colegas” somos apresentados a três amigos, cada um com seu sonho: Stalone (que quer ver o mar), Aninha (que quer se casar no dia de São Judas Tadeu) e Márcio (que quer voar). Para realizar seus sonhos, os corajosos personagens fogem da instituição em que vivem, se envolvendo em uma aventura cômica e cheia de confusões.

O filme acerta em deixar a deficiência em segundo plano, evidenciando a história em si. Além de mostrar a capacidade dos personagens, que têm sonhos pouco ambiciosos, e que precisavam apenas de uma oportunidade para realizá-los. Propondo aos espectadores que eles vejam o mundo com outros olhos.

O longa, dirigido por Marcelo Galvão, fora premiado como Melhor Roteiro no 1° Festival de Paulínia; Melhor Filme e Melhor Direção de Arte no Festival de Gramado e Seleção Oficial do Festival do Rio. E conta com a belíssima atuação de Ariel Goldenberg, Rita Pokk e Breno Viola. Disponível no Netflix .

Gostou das dicas? Acompanhe a nossa Página no Facebook, lá você encontra dicas de filmes toda semana.