Outubro Rosa e a falta de acessibilidade na mamografia para mulheres com deficiência
O outubro rosa é uma campanha de conscientização para o diagnóstico do câncer de mama, o tratamento precoce auxilia em grandes chances de cura para a mulher portadora da doença.
Justamente por isso, existe essa grande campanha mundial estimulando o autoexame de toque e a presença periódica na realização da mamografia e outros exames.
Porém, para as mulheres com deficiência fica inviável realização da mamografia, devido à falta do mamógrafo adaptado, também de espaço para o exame com acessibilidade e fora a existência de alguns casos de capacitismo dos profissionais da saúde.
Sendo assim, prejudicando ainda mais o acesso a essas mulheres, com isso, nesse texto contamos sobre essa realidade que precisa mudar, confira!
História do outubro rosa e os dados da doença no Brasil
O outubro rosa é um movimento internacional de conscientização para o diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que mais acomete mulheres em todo o mundo, a campanha foi criada no início da década de 1990 nos Estados Unidos.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer na população feminina em todas as regiões do Brasil, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa essa posição.
O INCA também afirma que para o Brasil, foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.
Lembrando que homens também podem ter câncer de mama, casos raros (1%), mas possíveis e também com o tratamento disponível.
A falta de acessibilidade para os exames preventivos
Alguns relatos tristes surgem em toda campanha do outubro rosa, é sobre a falta de equipamentos acessíveis para que mulheres com deficiência possam realizar a mamografia.
E outros problemas como o despreparo dos profissionais, muitas vezes com perguntas capacitistas como:
“A senhora não consegue se levantar um pouco?” ou a exigência de acompanhante para mulheres que não precisam.
Além disso, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) determina o seguinte: “Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário.”
Portanto, está na Lei a garantia de acesso universal a pessoas com deficiência e infelizmente o artigo não é imposto na prática, no dia a dia de quem precisa de um atendimento acessível. Além da LBI outra Lei foi elaborada em 2016, a Lei nº 13.362 abordando o seguinte:
“Dispõe sobre a efetivação de ações de saúde que assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e o seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, para assegurar o atendimento às mulheres com deficiência.”
Sendo mais um reforço da garantia dos direitos básicos da mulher PCD, mais um passo nesse luta diária de igualdade.
Como mudar essa triste realidade?
É falar da mulher com deficiência nas ações do Outubro Rosa, incluir nas campanhas publicitárias, chamar para debates. A campanha serve para isso, alertar sobre o câncer de mama e estimular ao autoexame, então todas as mulheres devem estar inclusas nessa ação.
Com a abordagem da necessidade da mulher PCD de ter a acessibilidade necessária, é provável que aconteça mudanças, demoradas, mas mudanças de obtenção de mamógrafos adaptados nas clínicas que disponibilizam o exame através do SUS.
Lute pela inclusão da mulher com deficiência, o diagnóstico precoce pode salvar vidas!
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