Como deixar a festa junina inclusiva: dicas práticas
No mês de junho temos umas das comemorações mais divertidas do ano, as festas juninas. Marcada pelas danças, brincadeiras e comilanças, essa festa típica é composta de muita alegria, mas a festa junina está sendo inclusiva?
Tradicionalmente, as festas juninas são uma oportunidade de trazer conhecimentos culturais e simbólicos brasileiros. E que tal também oferecer uma maneira de olhar para a inclusão?
Um evento que abraça todas pessoas de todas as idades, porém algumas pessoas atípicas podem se sentir desconfortáveis durante o evento, acionado na sua exclusão.
Por isso, hoje trouxe algumas reflexões e dicas sobre como tornar as festas juninas mais inclusivas para diferentes públicos.
Incentivo na tomada de decisões
Para a festa começar é necessário muita preparação para a magia acontecer. Nesse momento de organização, a inclusão já pode ser praticada. A participação de todos pode criar um momento de desenvolvimento socioemocional, focando no estímulo do respeito, colaboração e comunicação.
Uma maneira simples de promover a interação é permitir que todos falem suas ideias e opiniões sobre a festa junina. Dessa forma uma pessoa atípica pode levantar um fator que leve ao desconforto ou impedimento durante o evento.
Além disso, perguntar diretamente ao indivíduo pode ser a chave. Às vezes não percebemos os empecilhos que as pessoas com deficiência podem enfrentar durante certas atividade ou espaços. Aqui algumas perguntas que podem auxiliar:
“Você teve alguma dificuldade para participar dessa brincadeira?”
“Alguma coisa te incomoda?”
“Você está conseguindo acompanhar os demais durante a dança?”
“O que você gostaria que tivesse na nossa festa junina?”
Ambiente adaptado
Ter um ambiente que se adapta a você é fundamental para que as pessoas com deficiência sintam-se acolhidas. Por isso, algumas mudanças acessíveis são bem vindas para tornar a festa junina inclusiva.
O primeiro passo é observar se todos conseguem transitar no espaço do evento. Evite acumular muitos itens nos corredores ou portas, dessa forma, você garante que usuários de cadeira de rodas ou deficientes visuais possam se locomover sem impedimentos.
Além disso, inclua diferentes formas de comunicação dentro da festa. Utilize materiais em braile nas barraquinhas e fichas. Assim como, se possível disponibilize tradutores de libras presencialmente ou em vídeos.
Quadrilha
Uma das partes mais aguardadas durante a festa junina é a quadrilha, e tornar essa dança adaptada é uma ferramenta divertida de promover a inserção de todos.
O primeiro passo é a escolha do espaço, por isso, prefira um local plano, seguro e amplo para a realização da dança, dessa forma pessoas com baixa mobilidade podem circular sem barreiras.
E sem coreografia não tem dança. Portanto, planeje passos que possam ser facilmente adaptados, por exemplo movimentos com as mãos ou o tronco, para quem não consegue andar ou saltar.
Além disso, pense em movimentos circulares e mudanças de direção que incluam pessoas em cadeiras de rodas, andadores e bengalas.
Para tornar a comunicação acessível, utilize diferentes recursos para que todos consigam aprender os passos da quadrilha. Prioriza instruções claras por meio de gestos, demonstrações e estímulos visuais simples.
Se algum dançarino tiver hipersensibilidade auditiva, evite volumes muito altos ou repentinos. Além disso, a utilização de sinais visuais ou luzes para indicar o começo ou fim das músicas podem auxiliar.
Por fim, durante os ensaios, preste atenção se os participantes estão dançando sem dificuldades. Sempre que necessário, ajude e repasse os movimentos, assim como, esteja disposto a realizar novas adaptações.
Brincadeiras
Não tem festa junina sem brincadeira, certo? E por isso, algumas adaptações são bem vindas para tornar esse momento cativante e alegre.
A pescaria e a boca do palhaço são clássicos presentes nessas festas. Uma forma simples de sua adaptação é utilizar elementos leves, por exemplo varas de pescas ou bolas, para facilitar o uso por pessoas com limitações motora.
Assim como, permita que a brincadeira seja feita em pé ou sentada, dependendo da necessidade de cada participante.
Outra brincadeira tradicional é o correio elegante, e para permitir que todos os participantes, disponibilize diferentes formas de comunicação. Por exemplo, bilhetes em braille ou intérprete de libras.
Por que uma festa junina inclusiva é tão importante
A festa junina é uma das mais tradicionais e queridas do Brasil, reunindo pessoas de diferentes idades, origens e habilidades. Quando tornamos a festa junina inclusiva, abraçamos a diversidade e reforçamos a ideia de que todos têm o direito de participar e se divertir.
Uma festa junina inclusiva combate o capacitismo, preconceito e a exclusão social, promovendo a quebra de barreiras físicas e atitudinais que muitas vezes impedem a participação de todos.
Além disso, aproxima as pessoas e fortalece os laços comunitários. Quando todos podem participar, seja dançando, brincando ou apenas assistindo, o evento se torna mais acolhedor e representativo. Isso reforça a sensação de pertencimento, fazendo com que todos se sintam valorizados e respeitados.
Ao planejar uma festa junina inclusiva, organizadores e participantes passam a refletir sobre as necessidades de outras pessoas. Isso gera empatia e promove a sensibilização para as diferentes realidades que convivem no mesmo espaço.
E você, já pensou em como tornar a sua festa junina mais inclusiva? Compartilhe suas ideias com a gente nos comentários ou nas nossas redes sociais!