Parabadminton: Conheça as regras e saiba como jogar
O parabadminton é a versão adaptada do badminton. Pode ser praticado por pessoas com deficiência nos membros inferiores, superiores, além de pessoas com nanismo ou cegueira. Porém, a prática é mais comum entre pessoas que utilizam cadeiras de rodas.
O esporte, que é praticado em quadra, pode ser jogado por 2 ou 4 pessoas, utilizando-se somente de raquetes, uma peteca e uma rede. As dimensões da quadra variam de acordo com a classe do esporte.
Sua versão adaptada surgiu no Brasil a pouco tempo. De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro, o esporte foi introduzido no país em 2006 pelo professor Létisson S. Pereira, no Distrito Federal.
A modalidade vai ser disputada pela primeira vez em jogos olímpicos na edição 2021 Paraolimpíadas de Tóquio. São 6 categorias disputadas que variam entre competições individuais ou em duplas.
Para saber mais sobre o esporte, suas origens e sua estreia nas paraolimpíadas, continue lendo a matéria!
Conheça outros esportes que estarão nas Paralimpíadas.
Badminton, o esporte que deu origem ao Parabadminton
Antes de falar sobre a modalidade adaptada, é preciso conhecer o Badminton, o esporte originário do parabadminton.
O desporto surgiu na Índia e era chamado de Poona, porém, não era muito popular no país. Mesmo surgindo no oriente, só foi popularizado depois de ser levado para a Inglaterra, onde ganhou o nome de Badminton.
O nome é uma referência à Badminton House, propriedade do Duque de Beaufort’s, local onde foram realizadas as primeiras partidas na europa. Depois, em 1875 um grupo de oficiais britânicos fundaram, na cidade de Folkstone, um clube de badminton, onde foi definido que o esporte seria praticado por até duas pessoas por equipe.
Mesmo sendo um esporte antigo, ele só entrou em competições olímpicas em 1992 nas Olimpíadas de Verão, em Barcelona, na Espanha. No Brasil, a primeira partida oficial de Badminton foi em 1986, durante a Taça São Paulo.
Parabadminton: conheça o esporte
Mesmo sendo um esporte antigo, o badminton só teve a sua modalidade adaptada reconhecida em 1995, com a criação da Associação Internacional de Badminton para Deficientes (IBAD).
Posteriormente, em 2009 o IBAD teve o seu nome alterado para Federação Mundial de Para-Badminton (PBWF). Dois anos depois, em 2011, foi totalmente incorporada na Federação Mundial de Badminton.
A inclusão do Parabadminton à Confederação Mundial de Badminton levou o esporte a ser reconhecido pelo Comitê Paralímpico Internacional e, anos depois, ser incluído no programa de esporte Paralímpico, tornando-se uma modalidade da competição nas Olimpíadas de Tóquio 2021.
Na competição, que acontece entre 24 de agosto e 5 de setembro, o Brasil conta com um representante na categoria SH6 (para baixa estatura ou nanismo), o medalhista internacional Vitor Gonçalves Tavares.
O atleta foi convocado oficialmente pelo Comitê Brasileiro de Badminton (CBBd) no dia 30 de junho. De acordo com o Presidente da CBBd, José Roberto Santini Campos, o Brasil pode contar com mais atletas até o fim do período de convocação.
Como jogar Parabadminton?
O Parabadminton é jogado em quadra, com raquetes e uma peteca e pode ser praticado individualmente ou em duplas. No formato paraolímpico, é disputado por pessoas com deficiências, tanto nos membros inferiores, quanto superiores ou nanismo.
As partidas são realizadas no formato “melhor de três”. Vence a partida o competidor que ganhar dois dos três jogos. Cada jogo tem a contagem de 21 pontos, ou seja, vence o jogo o competidor que chegar aos 21 pontos primeiro.
Em caso de empate, o jogador que marcar dois pontos de vantagem primeiro, vence. Se os jogadores chegarem a 29 pontos, vence o jogador que marcar o 30º ponto.
Os pontos são marcados quando a peteca toca o solo da quadra do adversário ou quando o jogador comete algum erro, como arremessar a peteca para fora da quadra adversária, por exemplo.
As 5 principais categorias são:
- Simples feminino (individual)
- Simples masculino (individual)
- Duplas Feminino (em dupla)
- Duplas masculino (em dupla)
- e Duplas mistas (em duplas, onde homens e mulheres podem competir juntos)
Além disso, a competição também é dividida entre classes, de acordo com o tipo de deficiência de cada jogador. Ao total, nas competições olímpicas serão aplicadas 6 divisões de classes, sendo elas:
- WH1 (wheelchair): Para pessoas que utilizam cadeiras de roda com lesões graves;
- WH2 (wheelchair): Para pessoas que utilizam cadeiras de rodas com lesões leves;
- SL3 (Standing Lower): Para andantes com lesões leves nos membros inferiores ;
- SL4 (Standing Lower): Para andantes com lesões graves nos membros inferiores;
- SU5 (Standing Upper): Para andantes lesionados nos membros superiores;
- SH6 ( Short Stature): Pessoas com baixa estatura ou nanismo;
Medidas
As medidas da quadra também podem variar de acordo com a categoria dos atletas. Para competidores das classes WH e SH, nas categorias individuais, apenas metade da quadra é utilizada. Para as demais classes, a quadra permanece em sua área total.
A rede também possui altura personalizada para cada categoria. Para as classes WH1 e WH2 (para pessoas que utilizam cadeiras de rodas), a rede possui altura máxima de 1,40m. Já para as categorias de atletas andantes (SL3, SL3, SU5 e SH6), a rede tem altura máxima de 1,55m em relação ao solo.
Equipamentos
A peteca:
A peteca é um dos principais equipamentos para a prática do badminton. Existem dois tipos de petecas usadas nos jogos, as tradicionais (utilizadas nas competições) e as sintéticas (mais utilizadas em treinos e para prática de iniciantes).
A peteca tradicional é composta por uma cortiça natural arredondada na sua “cabeça” e seu corpo é feito por 16 penas de ganso. As petecas usadas em competição são mais leves e chegam a pesar entre 4.74 e 5.50 gramas.
Já a peteca sintética tem sua “cabeça” feita em poliuretano e as 16 penas que compõem o equipamento são feitas em nylon. Elas são mais usadas em treinos e por iniciantes por conta da sua durabilidade e por ser mais barata do que a tradicional.
A raquete:
A raquete é divida em 5 partes e pode ser encontrada em diversos materiais. A armação (cabeça) pode ser encontrada em aço, alumínio e grafite, sendo o último, mais comum em torneios profissionais por conta da sua leveza.
O T-piece (garganta) é a peça em formato de “T” que liga a amação à haste da raquete. As raquetes de grafite não possuem o T-piece, pois são moldadas em uma peça só (haste+armação)
A haste liga a cabeça à empunhadura, ela também pode ser encontrada em diversos materiais como o aço temperado, fibra de vidro ou boro. As raquetes mais sofisticadas tem hastes em kevlar (material usado na indústria naval e aeronáutica), que possui a mesma resistência do aço, com apenas 20% do seu peso.
Empunhadura é a parte onde o jogador segura a raquete. O tamanho dos punhos variam com o comprimento entre 8.6 e 9.2cm
A cadeira de rodas
O badminton é um esporte rápido e por isso, a cadeira de rodas utilizada no desporto possui algumas configurações específicas para dar segurança, estabilidade, agilidade e mobilidade para os atletas
Os encostos de assento, por exemplo, são mais baixos, para permitir que o desportista se incline para trás ou para o lado. Além disso, as rodas possuem cambagem para que os jogadores possam se movimentar mais rapidamente na quadra.
Para maior segurança dos praticantes, as cadeiras devem possuir 5 ou 6 rodas. Duas rodas dianteiras pequenas, duas rodas laterais maiores e uma ou duas rodas pequenas atrás, para impedir que a cadeira tombe durante a movimentação dos esportistas.
Os jogadores devem também utilizar uma almofada flexível de até 10cm de espessura. Apenas em casos especiais, é permitido a espessura de até 5cm. Além disso, a almofada precisa ter as mesmas dimensões de largura e comprimento da cadeira de rodas.
O uso de cintas e suportes para segurar o corpo na cadeira e as pernas juntas, também é obrigatório para os atletas nas competições.
O Brasil nas Paralimpíadas
O badminton adaptado faz sua estreia em Paralimpíadas em 2021 em Tóquio e o Brasil conta com um representante na competição! A convocação oficial foi feita através de um evento online, transmitido pela Confederação Brasileira de Badminton (CBBd).
O escolhido para representar o país na modalidade é Vitor Gonçalves Tavares. O paranaense natural de Curitiba tem 21 anos e já se consagra como um dos melhores atletas do mundo no esporte.
No início de 2020 Vitor foi campeão no Brazil Parabadminton International, vencendo Jack Shepard e Nagar Krishna, primeiro e segundo, respectivamente, no ranking mundial de parabadminton.
Ele também é campeão Parapan-americano em 2019. Evento que aconteceu em Lima, no Peru. A medalha de ouro na competição foi a porta de entrada para o curitibano nas Paralimpíadas deste ano.
E ai, preparado para torcer pelo Brasil nos jogos de Tóquio 2021? Se você quiser saber mais sobre as modalidades que serão disputadas nos jogos, no blog da Freedom você encontra vários conteúdos sobre as modalidades paraolímpicas que serão disputadas!