Acessibilidade nos momentos de lazer: confira dicas para programar a próxima viagem!
Viajar é uma das melhores opções para quem quer sair da rotina e experimentar sensações novas. Conhecer outros lugares e ter o contato com culturas diferentes é necessário para uma vida mais ativa e aberta ao conhecimento.
Mas para que tudo saia como o imaginado, é importante se planejar. Para pessoas com deficiência, o planejamento se torna ainda mais necessário e importante. Afinal, ninguém gostaria de chegar no hotel e perceber que a cadeira de rodas não entra no quarto, ou que o ponto turístico não possui rampas de acesso, não é mesmo?
Por isso, antes de escolher o próximo destino, é preciso avaliar se os locais pretendidos oferecem acessibilidade! Todo cuidado é essencial para evitar transtornos desagradáveis e possíveis problemas, além de certificar a segurança.
Pensando nessas questões, esse texto dará dicas de como se preparar e, de quebra, lugares super acessíveis que estão espalhados pelo país. Boa leitura!
Como se preparar
Rampas de acesso, corredores mais largos, elevadores em pontos turísticos e transporte público adaptado, são apenas alguns elementos mínimos e básicos que ambientes de lazer devem oferecer. Esses aspectos são fundamentais para gerar acesso adequado e inclusivo às pessoas, sejam turistas ou moradores na região.
E para não dar de cara com imprevistos, é necessário fazer a certificação das opções que a cidade escolhida oferece. Desde hotéis à pontos turísticos.
Na hora do embarque
Primeiramente, defina o destino de viagem e quantos dias estará disponível para passear. Faça um planejamento financeiro e coloque no papel todos os possíveis gastos. Depois, é hora de escolher o meio de trasporte. Certificar planos especiais e preços antecipadamente pode gerar melhores tarifas.
O mais importante, é confirmar se a companhia aérea disponibiliza locomoção até os assentos e se estes são adaptados para pessoas com deficiência física. Comunicar isso antecipadamente agiliza o trabalho e evita inconveniências.
Estadia
No momento de definir o hotel ou pousada, é preciso estar estritamente atento. No contato para reserva, é de extrema importância perguntar, quantas vezes forem preciso, quais adaptações os quartos possuem e quais as larguras de entrada das portas e corredores. Se os banheiros oferecem barras de apoio e, até mesmo, se apresentam chuveiro ou banheira. Todo o cuidado é pouco.
Para que o ambiente seja acessível, é preciso um trabalho em conjunto. Além do local ser adaptado e possuir equipamentos assistivos, é interessante que funcionários estejam treinados e preparados para oferecer a assistência adequada aos clientes.
Locomoção
Verificar se a cidade possui transporte acessível, como ônibus e táxi adaptado, é fundamental para que a pessoa com deficiência física possa se preparar para chegar até o local pretendido. Por isso, entrar em contato antecipadamente com a empresa, pode evitar esperas desnecessárias e constrangimentos.
Restaurantes
Todo mundo gosta de experimentar comidas diferentes. Se o restaurante apresentar um visual bacana, melhor ainda. Se for acessível, nem se fala! Para não se deparar com a falta de acesso e possíveis incomodações desnecessárias, antes de chegar ao estabelecimento é interessante verificar se o local atende os requisitos de acessibilidade necessária.
Passeios
Conhecer pontos turísticos é a parte mais divertida da viagem. Mas para que possíveis frustrações não aconteçam, é essencial verificar se parques, museus e seja qual for o local de passeio, contam com equipamentos e atendimento adequado para receber pessoas que precisam de algum tipo de auxílio.
Confirmar itens básicos em passeios faz total diferença para que pessoas com deficiência possam aproveitar sem aborrecimentos. Se o ambiente não possuir as adaptações e atendimentos necessários, não quer dizer que o turista não deva conhecer o local. Mas é importante que esteja ciente e se prepare da melhor forma possível para conhecer e aproveitar o ponto turístico sem incomodações.
Onde ir?
A acessibilidade deve estar presente no meio físico, nos transportes, na comunicação e nos meios tecnológicos para garantir a qualidade de vida e gerar a inclusão de pessoas com deficiência. É de suma importância que essa parcela da população viva independentemente e esteja presente em todos os aspectos da vida.
Felizmente, locais de lazer estão se tornando cada vez mais adaptados e virando referência para a contribuição do desenvolvimento da arquitetura inclusiva e sustentável. Confira alguns locais que já entraram no caminho certo!
Curitiba
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Em quesito acessibilidade, Curitiba está cada vez mais direcionada para o caminho certo. A cidade recebeu menção honrosa por iniciativas inovadoras no sistema de transporte coletivo na edição de 2017 do Sustainple Transpot Award (Prêmio Internacional de Transporte Sustentável), promovido pelo Instituto de Políticas de transporte e desenvolvimento (IPTD).
Até fevereiro de 2017, 93,73% da frota operante de veículos de transporte coletivo possuía acessibilidade total, com elevadores nas linhas alimentadoras, interbairros, troncais e convencionais, assim como embarque em nível nos expressos e ligeirinhos. O transporte na cidade garante acessibilidade às pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida, além de sinais luminosos e plaquetas em braile para pessoas com deficiência auditiva e visual. A cidade ainda oferece semáforos inteligentes que ampliam o tempo de travessia para pessoas com mobilidade reduzida e deficiência visual.
Na área turística, o Jardim Botânico, um dos pontos mais visitados da capital paranaense, possui o Jardim das Sensações, com trajeto sensorial constituído de uma pista ladeada por sementeiras com legendas em braile, oferecendo acessibilidade de ver, tocar e apreciar o perfume de espécies botânicas, e simulação de ambientações de floresta.
Foz do Iguaçu
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Foz do Iguaçu é um dos destinos turísticos brasileiros com melhor infraestrutura para pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida. Fazendo fronteira com o Paraguai e a Argentina, o turista que for conhecer o local pode passar pelo Parque Nacional do Iguaçu.
O ponto turístico oferece total acessibilidade para pessoas que precisam da cadeira de rodas para se locomover, assim como ônibus adaptado para pessoas com deficiência física e rampas de acesso em toda a estrutura. Inclusive na parte onde ocorre o maior fluxo de água, na “Garganta do Diabo”, e na passarela suspensa sobre as águas.
No Macuco Safari, pode-se encontrar transporte adaptado nos trens que fazem passeio na floresta e nos barcos que navegam até as quedas d’água. Para isso, é preciso avisar ao guichê no momento da compra das entradas. A estrutura do Parque Nacional oferece restaurantes e lanchonetes com espaços acessíveis também. Todos os guias são treinados e preparados para garantir a ajuda e acesso aos turistas.
Socorro
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Para quem está em busca de aventura e contato com a natureza, Socorro, que fica no interior de São Paulo, se tornou uma das referências no ramo. A cidade é conhecida como “Cidade Aventura”, devido a grande variedade de atividades que oferece ao turista e a população em geral, sendo considerada um dos melhores lugares do Brasil para a prática de rafting.
A cidade de Socorro ainda se tornou referência nacional em turismo acessível. Entre as mais de 20 atividades de aventura que oferece, dez já se adaptaram a atender os mais diversos públicos. O Hotel Fazendo Parque dos Sonhos é um exemplo disso.
O local oferece cachoeiras, trilhas ecológicas, animais, grutas e 14 atividades de aventura em meio a natureza, como tirolesas, arvorismo, boia cross, canoagem, cavalgada, rapel, escalada, entre outros. Os esportes são adaptados para tipos de deficiência e ainda contam com profissionais que auxiliam a pessoa no momento da prática. A infraestrutura conta com 20 apartamentos, quatro chalés, restaurante, lanchonete, loja, piscina coberta, sauna seca e úmida, salão de jogos, centro de eventos e sala para primeiros socorros. Um ambiente ideal para o Ecoturismo, Turismo de Aventura e Turismo Rural.
Socorro faz parte do projeto Destinos Referência em Segmento Turísticos e é menção no segmento de Aventura Especial. A cidade também está presente no Programa Aventura Segura, desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) e o Sebrae.
Fortaleza
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Curtir um banho de mar é ótimo para relaxar, refrescar e revigorar as energias. Mas para pessoas que possuem algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida, isso pode não ser tão fácil. Sendo assim, o Praia Acessível, um projeto da prefeitura de Fortaleza e do Governo do Ceará, em parceria com o Hotel Sonata, está facilitando o acesso à praia para esse público.
Portanto, para quem quer curtir o litoral, Fortaleza é uma ótima opção. Desde 2016, o Praia Acessível acontece no Aterrinho da Praia de Iracema, oferecendo cadeiras de rodas anfíbia, um modelo com pneus especiais que permitem a locomoção sem problemas na areia. Além disso, esse tipo de cadeira não afunda na água.
O projeto também oferece estrutura com tendas, cadeiras de praia, guarda-sóis, banheiro acessível, piscinas, frescobol e vôlei adaptado e vaga de estacionamento para pessoas com deficiência e idosos. Dentre os profissionais que auxiliam os usuários, é possível entrar no mar com o apoio da equipe. Dessa forma, pessoas com deficiência física podem aproveitar com segurança e dignidade sem se preocupar.
Londres: lugares para viajar para pessoas com deficiência no exterior!
A capital do Reino Unido é um dos destinos mais procurados pelos brasileiros — e pelo mundo todo. Mesmo sendo a primeira cidade do mundo a ser urbanizada, Londres foi modernizada com êxito no quesito de acessibilidade. A famosa London Tower, a catedral St. Paul’s e a roda gigante London Eye, são atrações imperdíveis e acessíveis.
Hotéis para pessoas com deficiência são facilmente encontrados na cidade, com exceção dos mais antigos e menores — por isso a importância da checagem ao realizar a reserva. Os museus, teatros e cinemas também são quase todos adaptados, sendo possível imergir na cultura londrina sem problemas.
Se viajar de avião é uma novidade para você, vale a pena conhecer mais dicas para tornar sua viagem confortável, e assim desbravar novos países! Já pensou?
Berlim: a “Cidade Acessível” da Europa
Para um país de Primeiro de Mundo, a Alemanha não fica para trás no quesito inclusão. Berlim foi eleita como a “Cidade Acessível” pela Comissão Europeia e pelo Fórum Europeu de Deficiência.
A capital alemã oferece uma ótima infraestrutura como rampas de acesso nas calçadas, museus, meios de transportes, estações de trem, ônibus das principais linhas que levam a Alexanderplatz e Portão de Brandemburgo. Além das rampas, as calçadas também foram adaptadas para o deslocamento de pessoas com deficiência visual e física.
Berlim é uma cidade que contrasta modernidade e história, sendo alguns dos seus principais pontos turísticos o Memorial do Holocausto, Checkpoint Charlie e East Side Gallery.
A gastronomia da cidade é imperdível e é possível encontrar vários restaurantes acessíveis, assim como as inúmeras opções de hotéis.
Barcelona: símbolo do Modernismo
Pra quem é apaixonado por arquitetura, Barcelona é um destino indispensável no seu roteiro. Desde que a cidade sediou os Jogos Paraolímpicos de 1992, passou por reformas e adaptações em calçadas, bares, restaurantes, hotéis e baladas.
Nos aeroportos do país são oferecidos serviços de auxílio que chamam de Sin Barreras. Os ônibus de dois andares que fazem o trajeto turístico possuem rampas automáticas, sendo uma ótima opção de passeio para conhecer toda a cidade.
Atrações famosas no mundo todo como A Sagrada Família, La Pedrera, Casa Batllò e Parc Güel, — que compõem o roteiro Gaudí, proporcionam uma experiência incrível.
As mudanças
Além de estruturas físicas, é preciso que se ofereçam serviços, equipamentos, tecnologias e profissionais capacitados para que se execute um bom trabalho acessível em todos os processos que envolvem uma viagem. Não basta poucas partes do lugar oferecer acessibilidade se os profissionais presentes não souberem lidar com as diferentes situações que exijam maior cuidado, atenção e ajuda.
Por isso, é preciso que empresas do ramo se adaptem e busquem, cada vez mais, alternativas que facilitem o próprio trabalho e gerem serviços de qualidade e acessíveis para pessoas que necessitam de algum tipo de auxílio. Maquiar uma construção apenas para estar dentro das leis não serve para nada. Além de poluir visualmente a estrutura do local, não vai ser usada por ninguém.
A dificuldade ao acesso à essas atividades se dão por conta do grande número de barreiras arquitetônicas e comunicacionais. É preciso fornecer subsídios para possíveis implementações e manutenções para práticas de lazer à utilização adequada da sociedade, sejam pessoas com deficiência ou não. Um espaço pode ser considerado inclusivo quando oferece segurança, autonomia e independência na participação da vida social.
Rumo a acessibilidade
Ainda há muitas mudanças a serem feitas. Mesmo com leis que regulamentam a inserção das pessoas com deficiência na sociedade e estabelece parâmetros para arquitetura inclusiva, afim de não impor mais nenhuma limitação ao ser humano, o trabalho para o desenvolvimento da inclusão social ainda não acabou.
Todas as pessoas possuem direitos à cultura, a economia, ao território, a política, a informação, a alimentação, a saúde e educação, assim como ao lazer. Este fator é tão fundamental quanto qualquer outra coisa que insira o ser humano à sociedade.
O lazer é satisfação, prazer, descanso, diversão, desenvolvimento humano, tanto pessoal como social e, principalmente, promoção de uma vida ativa com boa saúde física e mental. Ter esse acesso proporciona a emancipação do homem crítico e criativo.
O mundo está cada vez mais evoluído. É preciso enxergar o outro e as diferenças para que possa haver evolução, também, nesse aspecto. Todos temos direito de acesso, do ir e vir e de aproveitar a vida aventurando-se. Só porque algumas pessoas precisam de mais cuidados do que outras, não quer dizer que devem ser deixadas de lado.
A acessibilidade deve ser pensada e atuada nos diversos segmentos, inclusive e, essencialmente, no turismo.
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Bom, gostei e ver o tanto que vocês se preocupam com os deficientes… Grato.
Agradeço de coração o vosso empenho!
Em Portugal, como estão os acessos a pessoas com mobilidade reduzida? Os hotéis por todo o mundo, deviam ter cadeiras de banho, mesmo nos proprios hotéis, bem como cadeiras nas piscinas e tudo gratuito. Os valores nos hotéis deviam de ser mais baratos. Obrigada