História de Sucesso: Luiz Antônio Paulino Mendonça
Luiz Antônio Mendonça começou a ter dificuldade na locomoção aos 33 anos de idade, quando caiu e acabou se machucando feio. A partir daí, foi dado indício da Distrofia Muscular. Aos 40, os movimentos ficaram mais difíceis e o uso da cadeira de rodas foi preciso.
A rotina, que já era agitada, começou a ficar ainda mais. Hoje, ele coordena até grupo para idosos e participa de várias reuniões e eventos.
História de Luiz Antônio
Para uma pessoa que sempre foi ativa e participativa, ter a mobilidade reduzida não é nada fácil. Para Luiz Antônio Mendonça, os indícios da distrofia muscular foram o começo de adaptações da vida e da nova realidade que, a partir daquele momento, não poderia se deixar estagnar. Em uma conversa, ele nos contou um pouco da sua história e dos vários trabalhos e grupos que continua fazendo parte.
Distrofia muscular engloba um grupo de doenças genéticas na qual os músculos que controlam o movimento, enfraquecem progressivamente. Essa doença, pode se manifestar em qualquer idade do desenvolvimento da criança até a vida adulta, mas a época em que aparece, é que vai determinar sua forma e gravidade. Geralmente, a fraqueza muscular, que é a força reduzida dos músculos, é a principal característica da doença. Dessa forma, o indivíduo não consegue realizar movimentos e acaba por necessitar de cadeira de rodas para se locomover.
Quando tinha 33 anos de idade, Luiz Antônio caiu e acabou quebrando o fêmur. Nesse momento iniciaram os efeitos da distrofia muscular. Dois anos mais tarde, teve mais uma queda, dessa vez o pé que foi quebrado. “A distrofia muscular continuou e eu perdi o movimento da cintura. Aos 40 anos de idade, mais ou menos, eu comecei a usar cadeira de rodas, mas continuo trabalhando até hoje”, conta Luiz Antônio.
Luiz Antônio passou por algumas cirurgias. Por um certo tempo, utilizou muletas para dar o auxílio necessário na mobilidade. Mas a cadeira de rodas foi a melhor opção para continuar mantendo a rotina do dia a dia. “Não é fácil para a pessoa que anda, corre, que gosta de estar sempre fazendo alguma coisa, ajudando alguém e procurando atividades novas. Sempre fui muito ativo e continuo fazendo tudo, só que agora com mais dificuldade e limitação”, esclarece Luiz Antônio.
Luiz sempre gostou de interagir com as pessoas. Desde pequeno, já participava de grupos e encontros jovens. Quando casou, também continuou com esse convívio, se fazendo presente em encontros de casais. E se o evento era festa tradicional na cidade, lá estava ele.
Por muito tempo, Luiz marcou quadrilha e, mesmo depois da dificuldade na mobilidade e da locomoção com cadeira de rodas, continuou participando dos eventos relacionados a modalidade e aos encontros sociais.
Luiz Antônio nunca se acomodou. Já trabalhou até como locutor de rádio. E como o convívio com as pessoas sempre foi intenso, surgiu a ideia de ajudar o próximo. “Já que eu sempre lidei com público, me veio essa ideia. A gente vai ficando idoso e o idoso precisa de algumas atividades para não começar a pensar em doenças, saudades de filhos e netos que já não vê com tanta frequência e até mesmo ter depressão. Então eu tive essa ideia”, conta Luiz Antônio.
Há dez anos Luiz formou um grupo para idosos. Hoje ele é coordenador. Começaram com seis cidades e hoje já são 59.
O olhar para o próximo
Luiz Antônio sempre gostou de estar inserido em grupos de convívio social. Encontros, conversas e danças sempre fizeram parte da sua vida. Depois da mudança no dia a dia, essas atividades não podiam parar. E não pararam.
Além de ser uma pessoa ativa e participativa, Luiz queria ajudar o próximo. Para isso, nada melhor do que juntar o que sempre gostou, grupos de convivência, com idosos. Afinal, o avançar da idade e a rotina agitada não podiam entrar em conflito.
A ideia começou a ganhar forma. “Tinham algumas pessoas com quem trocava ideias. Decidimos começar com seis grupos. Hoje eu coordeno o grupo de Douradoquara (MG) e já ajudei a fundar outros grupos em mais de 15 cidades vizinhas”, relata Luiz Antônio.
Festa e muita alegria não podiam ficar de fora desse trabalho. Os encontros de idosos normalmente acontecem em domingos, cada um em um lugar diferente. O evento começa de manhã e só acaba no final da tarde. Lá, oferecem café da manhã, almoço, lanche e palestras. Ao final, os idosos partem para a dança, que também compõe o encontro. “Para quem já criou filhos, netos e já trabalhou bastante, é um momento de aproveitar. O resultado é muito positivo. É um domingo que o idoso passa sem pensar em problemas de saúde. São encontros de interação, de dança e de assunto para o resto da semana”, esclarece Luiz Antônio.
Para participar, é cobrado um valor que da direito às refeições oferecidas no evento. O valor arrecadado serve para suprir as despesas geradas do encontro. Luiz conta uma das dificuldades que ainda são encontradas para que a realização seja ainda maior. “Falta um pouco de administração tanto municipal quanto estadual para dar apoio. A medida que o idoso dança, se diverte, participa, ele melhora a qualidade de vida e da saúde”.
Durante os dez anos de projeto, a organização é um ponto indispensável. Todo final de ano os coordenadores se encontram para uma reunião e decidem o que devem melhorar para planejar o próximo período de atividades.
Os encontros para idosos chegam a receber de 1500 a 2000 pessoas, a cada evento, o número aumenta. Luiz Antônio também nos contou como vê o resultado desse trabalho. “A quantidade de amizades que fazemos é imensa. Vejo os jovens de hoje, que muitas vezes estão juntos mas ao mesmo tempo que estão no celular. Nos nossos encontros priorizamos que todos estejam aproveitando e conversando. É uma atividade muito boa e o ciclo de amizades aumenta ainda mais”.
Outras atividades
Luiz Antônio também está inserido em encontros com outras pessoas que estão com a mobilidade reduzida ou na mesma condição que ele. “Participo, também, da Associação dos Cadeirantes de Monte Carmelo. Fazemos reuniões, conversamos sobre os equipamentos e menciono a Freedom. Procuramos produtos acessíveis, principalmente cadeira de rodas motorizada”, conta Luiz Antônio.
Ele também se faz presente nas edições da Reatech, Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade. Luiz está sempre procurando se manter por dentro das inovações e da melhor qualidade de vida.
O dia a dia
“Cadeira de rodas para mim, não é só para ficar dentro de casa. Eu ando na rua, nos clubes, na praça e na missa. Para isso tem que ter uma cadeira boa”
Hoje em dia Luiz Antônio mora com a esposa, em Minas Gerais. Ele tem uma filha e uma neta. O movimento no ambiente do lar é grande. A monotonia nem pensa em chegar perto.
Ele trabalha diretamente de casa, prestando serviços para digitar trabalhos e monografias, gravando CD’S e DVD’S, editando fotos, dentre variadas coisas. Atividades é o que não falta. Em outros momentos, continua coordenando o grupo para idosos e participando dos demais que faz parte.
Quando comentamos sobre o futuro, Luiz pretende continuar com seus trabalhos e participando dos grupos de convivência. Para ele, depois de passar quase uma vida inteira de trabalhos e atividades, aproveitar o dia a dia é uma recompensa.
A deficiência física não é motivo para se manter acomodado ou deprimido. Apenas um detalhe em meio a tamanha força de vontade para buscar uma melhor qualidade de vida que lhe forneça, também, muita alegria. “Estou pesquisando uma cadeira de rodas melhor para mim. Já é a terceira Freedom que tenho e pretendo trocar por outra. Para nós que somos ativos, faz muita falta um produto que seja realmente bom”, finaliza Luiz Antônio Mendonça.
SÃO EXEMPLOS DE SUPERAR AS NOSSAS DIFICULDADES DO DIA A DIA. O IMPORTANTE É NUNCA DESISTIR . MANTER A FÉ EM DEUS E CONTINUAR COM A LUTA DO DIA A DIA.
Muitos parabéns pelo excelente exemplo de vida!