Legislação

Entenda o panorama do mercado de trabalho para pessoas com deficiência

Ampliar o mercado de trabalho para pessoas com deficiência no Brasil é um grande desafio porque exige enfrentar problemas que dificultam a inserção, como a falta de preparo nas empresas para receber os funcionários em condições adequadas.

Para reverter essa situação, foi criada a Lei n. 13.146/2015, denominada como Lei de Inclusão, que especifica situações para combater o preconceito e aumentar o nível de acessibilidade das pessoas com deficiência nos locais de trabalho.

Neste post, vamos apresentar iniciativas com foco em dar mais oportunidades de emprego às pessoas com deficiência e áreas em que eles têm possibilidades de obter um desempenho de alto nível. Confira!

Conheça como a legislação brasileira contribui para a inserção

Uma das ações mais importantes para aumentar o mercado de trabalho para pessoas com deficiência é a Lei n. 8213/1991, conhecida como Lei de Cotas. Ela especifica que as empresas devem oferecer de 2% a 5% das vagas para pessoas com deficiência.

Todavia, essa regra varia de acordo com o tamanho da companhia. Para você entender isso melhor, veja como deve ser o preenchimento das oportunidades, com base na quantidade de trabalhadores em uma corporação:

  • até 200 funcionários — 2%;
  • de 201 a 500 funcionários — 3%;
  • de 501 a 1.000 funcionários — 4%;
  • a partir de 1.001 funcionários — 5%.

Auditores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) são responsáveis por verificar o cumprimento à lei. Por exemplo, caso a legislação não seja respeitada, as companhias podem ser punidas com multa.

Veja como está o mercado de trabalho para pessoas com deficiência

O avanço tecnológico contribui para o mercado de trabalho para pessoas com deficiência ser mais amplo. Por outro lado, é nítido que há um longo caminho a percorrer para a inserção ser mais consistente.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 24% dos brasileiros (45 milhões de cidadãos) apresentam alguma deficiência. Ainda assim, desse total, 403.255 estão empregados, o que corresponde a apenas 1% das pessoas com deficiência no Brasil.

Segundo uma pesquisa do Vagas.com em parceria com Talento Incluir, 48% dos profissionais de RH consideram esse quadro fruto do preconceito e da falta de conhecimento sobre como adotar mecanismos de inclusão.

Sem dúvidas, vencer essa barreira é um desafio que deve ser enfrentado por toda a sociedade. Ou seja, mesmo com as dificuldades, há muitas alternativas para expandir o mercado de trabalho para pessoas com deficiência.

Uma delas envolve a qualificação profissional, ou seja, a oferta de capacitações destinadas para esse segmento social ter mais oportunidades de emprego. Outra iniciativa relevante é o trabalho de conscientização das empresas sobre ações relacionadas com a acessibilidade e a inserção no ambiente de trabalho.

Carreiras

Há muitas áreas que permitem que pessoas com deficiência conquistem uma oportunidade de mostrar potencial e responsabilidade. Em síntese de reforçar que o mercado de trabalho para pessoas com deficiência pode crescer, vamos listar algumas carreiras em que indivíduos desse grupo social podem se destacar. Acompanhe!

Auxiliar administrativo

É uma função que requisita nível médio e não exige um alto nível de experiência para ingressar em uma empresa. Nesse cargo, o profissional é responsável por apoiar a gestão das companhias, executando ações ligadas aos segmentos de finanças, de logística, de RH e operacional.

Antes de mais nada o auxiliar administrativo ajuda no controle e na emissão de documentos. Para exercer essa função, é recomendado dominar o pacote Office e ter organização ao executar as tarefas.

Analista de Recursos Humanos

É uma profissão que exige capacidade de enfrentar desafios e um olhar estratégico. Para ocupar esse cargo, é necessário ter nível superior em Psicologia ou Administração. A principio, o analista de RH é responsável por uma série de iniciativas, como:

  • fazer o recrutamento e a seleção de vagas administrativas, gerenciais e operacionais;
  • efetivar a triagem de currículos e as ações voltadas para o processo seletivo nas empresas (aplicação de provas, dinâmicas de grupo e entrevistas);
  • contribuir para o mapeamento de competências na corporação;
  • executar entrevistas de desligamento;
  • participar da avaliação do período de experiência e da organização de recrutamento interno.

Prestador de atendimento ao cliente

É uma atividade que requisita habilidade de comunicação e nível médio. Os profissionais da área devem interagir com o público-alvo, na maioria dos casos, por telefone ou por e-mail.

Os que ocupam essa função geralmente trabalham em Centrais de Atendimento ao Cliente ou no modelo home office. Além de ter facilidade no uso de equipamentos (computador, fone de ouvido, telefone etc.), o funcionário deve usar corretamente o pacote Office e os navegadores de acesso à Internet.

Analista comercial

É uma das áreas com grande potencial para expandir o mercado de trabalho para pessoas com deficiência. Os profissionais desse segmento podem ter nível superior em Administração ou Publicidade. Eles executam uma série de funções, como:

  • gerenciamento das vendas;
  • avaliação dos preços praticados pela concorrência;
  • apoio na gestão de contratos;
  • atendimento pós-venda.

Para atingir bons resultados nessa carreira, o ideal é apresentar um bom relacionamento interpessoal, comprometimento, capacidade de resolver problemas, foco em resultados e comunicação eficiente.

Promotor de vendas

É um cargo que pode ser ocupado por pessoas com nível médio completo. Esse profissional tem como atribuição garantir que os produtos estejam devidamente organizados e expostos em uma loja, o que é fundamental para chamar atenção dos clientes.

Outra atribuição é visualizar melhorias no atendimento, com o objetivo de expandir as vendas e conquistar o público-alvo. É muito importante que o promotor de vendas analise o estoque para evitar problemas na gestão da demanda e visualize oportunidades para o negócio ser mais competitivo.

Há diversas áreas em que as pessoas com deficiência podem contribuir de maneira positiva no mercado. É fundamental que as empresas também estejam dispostas a investir na qualificação desse profissional, para que ele seja efetivamente inserido no mercado.

Entenda a importância do debate sobre inserção

A legislação abriu um caminho para a expansão de oportunidades para pessoas com deficiência. Por outro lado, é bastante tímida a participação desse segmento social no mundo corporativo no Brasil.

Para reverter essa situação, é fundamental que haja um debate e um envolvimento maior do Poder Público e da iniciativa privada, para que as pessoas com deficiência sejam incluídas de forma mais consistente.

Dessa maneira, as corporações terão um papel mais efetivo para expandir o mercado de trabalho para pessoas com deficiência, em vez de buscar apenas respeitar a lei para evitar penalidades.

Se você está à procura de mais informações sobre esse assunto, vale a pena ler nosso post sobre como funciona a Lei de Inclusão para pessoas com deficiência. Afinal, o conhecimento é primordial para vencer desafios!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.