Conheça o ciclismo paralímpico e saiba como competir!
Um dos esportes mais empolgantes, com certeza, é o ciclismo. Além de divertido, ele é muito inclusivo, pois pessoas com deficiência visual, cerebral, amputados ou lesionados podem praticar o ciclismo paraolímpico, de acordo com suas classificações.
A União Internacional de Ciclismo (UCI) organiza todas as regras para que atletas paralímpicos de todo o mundo brilhem nas competições, sendo eles de pista ou de estrada. Que tal conhecer mais sobre o esporte? Confira todas as informações a seguir!
Como surgiu o ciclismo paralímpico?
A modalidade paralímpica de ciclismo teve início na década de 1980, com a competição de pessoas com deficiência visual. Foi na Paraolimpíada de Nova York, contudo, que mais atletas — paralisados cerebrais e amputados — começaram a participar da disputa. Na edição de Atlanta, em 1996, os tipos de deficiência passaram a ser avaliados de forma mais específica, ampliando as possibilidades para novos atletas.
No Brasil, a estreia do ciclismo paralímpico aconteceu em 1992, nas competições de Barcelona, com a participação do atleta Rivaldo Gonçalves Martins. Ele, aliás, foi o nosso primeiro campeão mundial, conquistando medalha de ouro na Bélgica, em 1994. Nos Jogos do Rio 2016, Lauro Chaman foi outro ciclista brasileiro que conquistou duas medalhas: prata e bronze.
Quais são as formas de competição?
Como já mencionado, os ciclistas paralímpicos são classificados de acordo com sua deficiência. Eles dividem-se também entre competição convencional, tandem, triciclo e handbike.
Dentro dessa organização, são realizadas provas de estrada e de pista (que conta com três modalidades distintas). Confira um pouco mais sobre cada uma delas!
Ciclismo de estrada
A partir de 1984, o ciclismo de estrada começou a ser praticado. Nele, os atletas representam suas categorias de acordo com as cores dos seus capacetes. Todos os competidores largam juntos e, o primeiro a cruzar a linha de chegada, ganha.
Na modalidade de estrada, as provas são bastante estratégicas, pois, além da força e da resistência, é necessário dosar o ritmo e o posicionamento da melhor forma durante todo o percurso.
Ciclismo de Pista
Não menos emocionante que na estrada, o ciclismo paralímpico de pista teve início em Atlanta, em 1996. E as bicicletas usadas são conhecidas como tandem. Para cada evento há um formato de competição, como o Pursuit (perseguição), o Sprint (individual ou por equipe) e o contrarrelógio.
- Pursuit: dois oponentes disputam a corrida, cada um em um lado do velódromo. Com 4 km para a prova masculina e 3 km para a feminina, o competidor que conseguir alcançar o outro e registrar menos tempo total é aquele que vence a competição. Na rodada de classificação, quem tiver os melhores tempos conquista o ouro. O adversário leva a prata e os demais, com terceiro e quarto tempos, disputam o bronze.
- Sprint: a competição também ocorre com dois ciclistas por vez, individuais ou divididos por equipes. São três voltas em um velódromo de 250 metros, em uma disputa bastante estratégica. Isso porque ambos os competidores tentam ficar atrás para se cansarem menos, aproveitando o vácuo para dar o impulso final e ganhar a corrida. A prova tem início lento e, com o passar do tempo, vai ganhando velocidade.
- Contrarrelógio: aqui, a distância é de 1 km para homens e 500 metros para mulheres. O percurso é realizado sozinho, um a um, de forma que o atleta que faz o menor tempo recebe a medalha de ouro.
Quais tipos de bicicletas adaptadas existem?
Para entender os equipamentos adaptados, é importante compreender como eles se dividem entre os tipos de deficiência. As bicicletas convencionais, por exemplo, são usadas por pessoas amputadas ou com deficiência físico-motora. Para isso, são feitas apenas algumas adaptações específicas nos câmbios e freios.
No caso dos triciclos, que possibilitam um maior equilíbrio, eles são utilizados por atletas com paralisias cerebrais. Também existe o tandem, uma bicicleta “dupla”, com dois bancos e quatro pedais, para competidores com deficiência visual e seus guias.
Por último, também temos as handbikes, que são bicicletas adaptadas para atletas com paraplegia e tetraplegia. Elas funcionam como uma cadeira de rodas adaptada, de forma que a pessoa consiga impulsionar o veículo com os braços. Aqui, os cadeirantes pedalam literalmente com as mãos, em provas de contrarrelógio e estrada.
O que é preciso para começar a competir?
Para praticar qualquer esporte, só é preciso ter interesse e força de vontade. Nada mais! Para facilitar as competições, no caso do ciclismo paralímpico, os concorrentes são divididos em quatro classes.
- Classe B: são os atletas com deficiência visual, que usam uma tandem com um piloto guia na frente;
- Classe H: essa classe contempla os atletas que competem usando handbikes. Entre H1, H2, H3 e H4, de acordo com o nível de debilidade, eles se posicionam deitados no banco da bike. Já no H5, os ciclistas se ajoelham e usam a força do tronco para impulsionar o veículo;
- Classe T: são os atletas de triciclos, com debilidades que afetam o equilíbrio, dividindo-se entre T1 e T2 — sendo o primeiro um pouco mais debilitado que o segundo;
- Classe C: são os atletas que competem com bicicleta convencional adaptada, com deficiências ou amputações que afetam pernas, braços ou tronco.
De acordo com a numeração de cada classe, quanto menor a classificação, maior o impacto da deficiência. Dessa forma, as disputas se tornam mais equilibradas, fazendo com que cada atleta participe da competição de forma mais justa, com outras pessoas de capacidades niveladas.
Não importa a modalidade, o tipo de bicicleta ou a classificação do atleta. O que vale mesmo é a garra pessoal de cada ciclista paralímpico. Quer um exemplo? A tetracampeã brasileira Jady Malavazzi começou a praticar o esporte em 2011 e, já em 2013, ficou como quarta colocada na Copa do Mundo. Ela se tornou paraplégica em um acidente de carro em 2007 e isso não a impediu de procurar desafios e fazer o que gosta.
Para Jady, o ciclismo paralímpico foi a base de sua reabilitação. E você? Gostou de saber mais sobre o esporte e quer conhecer mais atletas que inspiram? Então, envolva-se com mais histórias de superação!